O mercado brasileiro de milho enfrentou uma queda acentuada nos preços ao longo do mês de junho. Conforme relatado pela Safras Consultoria, essa tendência foi impulsionada principalmente pelo aumento nas vendas dos produtores. Estes buscaram liberar espaço em seus armazéns para armazenar a nova safrinha colhida recentemente, resultando em um maior volume de milho disponível no mercado.

Por outro lado, os consumidores adotaram uma postura cautelosa durante as negociações. Confiantes em seus estoques, eles aguardaram a maior disponibilidade de milho a preços mais baixos com o progresso da colheita.

Estabilidade da Paridade de Exportação

A paridade de exportação manteve-se estável durante junho, mesmo com a valorização do dólar frente ao real. Esse cenário deve-se à pressão sobre os preços do milho na Bolsa de Mercadorias de Chicago, influenciada pelas expectativas positivas para a safra 2024/25, devido ao clima favorável para o desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos.

A Safras Consultoria destaca que nas próximas semanas, o mercado estará atento às condições climáticas para o desenvolvimento das lavouras de milho nos EUA e ao andamento das exportações daquele país. No Brasil, a atenção estará voltada para o câmbio, que poderá aumentar a competitividade do milho brasileiro no mercado internacional, caso o real continue se desvalorizando frente ao dólar.

Preços Internos

No dia 27 de junho, a média nacional da saca de milho foi cotada a R$ 55,67, representando uma queda de 3,08% em relação aos R$ 57,33 registrados no final de maio. Comparado ao início de 2024, quando a saca era cotada a R$ 70,06, a desvalorização acumulada no primeiro semestre foi de 20,69%.

Análise Regional dos Preços

  • Cascavel, Paraná: O preço do milho caiu para R$ 55,00, uma redução de 8,33% em relação aos R$ 60,00 de maio e de 14,06% frente aos R$ 64,00 do início de 2024.
  • Campinas/CIF: A cotação caiu 9,23% ao longo de junho, de R$ 65,00 para R$ 59,00. Comparado aos R$ 78,00 do começo de 2024, a queda acumulada é de 24,36%.
  • Mogiana, São Paulo: O cereal foi cotado a R$ 55,00, uma retração de 8,33% em relação aos R$ 60,00 de maio e de 26,67% em relação aos R$ 75,00 do início do ano.
  • Rondonópolis, Mato Grosso: A cotação da saca manteve-se em R$ 42,00 ao longo de junho, mas houve uma baixa de 23,64% comparada aos R$ 55,00 de janeiro de 2024.
  • Erechim, Rio Grande do Sul: O preço permaneceu em R$ 65,50 durante junho, sem mudanças em relação ao final de maio, mas com uma queda de 9,03% comparado aos R$ 72,00 do início do ano.
  • Uberlândia, Minas Gerais: A saca manteve-se em R$ 53,00 ao longo de junho, inalterada em relação a maio, mas 30,26% inferior aos R$ 76,00 do início de 2024.
  • Rio Verde, Goiás: A cotação recuou 8% no final de junho, de R$ 50,00 para R$ 46,00. Durante o primeiro semestre, a saca acumulou uma queda de 29,23% em relação aos R$ 65,00 do início de 2024.

Exportações de Milho

As exportações brasileiras de milho em junho geraram uma receita de US$ 128,382 milhões (em 15 dias úteis), com uma média diária de US$ 8,558 milhões. A quantidade total exportada foi de 636,946 mil toneladas, com uma média diária de 42,463 mil toneladas e um preço médio de US$ 201,60 por tonelada.

Comparando com junho de 2023, houve uma queda de 33,6% no valor médio diário das exportações, uma redução de 13,8% na quantidade média diária exportada e uma desvalorização de 23% no preço médio. Esses dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Conclusão

O mercado brasileiro de milho enfrenta desafios com a queda dos preços internos e as exportações reduzidas. A estabilidade da paridade de exportação, apesar da valorização do dólar, e a postura cautelosa dos consumidores refletem a complexidade do cenário atual. A atenção agora se volta para as condições climáticas nos Estados Unidos e o câmbio, que poderão influenciar significativamente o mercado nas próximas semanas.

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